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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

RELEMBRANDO O OSCAR 2003

Assista nesta postagem um vídeo especial com os vencedores do Oscar 2003

A 75º edição do Oscar não reservou grandes surpresas. Desde o início da temporada de premiações tudo já estava meio decidido. Mesmo tendo O Senhor dos Anéis – As Duas Torres no páreo já se sabia que ele não iria surpreender positivamente. Em 2003, a saga de Peter Jackson conseguiu se sair pior do que no ano anterior, mas a Academia de Cinema também foi injusta com Frodo e sua turma. Por outro lado, ela foi muito boazinha com os fãs de cinema apresentando boa parte dos atores vencedores do Oscar das edições de anos anteriores. No palco, ao vivo, passado e presente se encontraram graças a mistura dos laureados que iam desde vencedores da década de 1930 até os ganhadores do ano corrente, incluindo artistas que abandonaram a carreira.

Como os EUA estavam iniciando os ataques ao Iraque em resposta ao fatídico episódio do 11 de setembro, premiar o musical Chicago era uma maneira de provar que uma das principais razões do cinema existir é para esquecer a realidade por algumas poucas horas, mas o bastante para renovar as energias. Mesmo assim, o cineasta Michael Moore não deixou de fazer um discurso inflamado quando subiu ao palco para agradecer o prêmio dado ao documentário Tiros em Columbine, uma obra que também trata de uma guerra, de proporções menores, porém, tão grave quanto a ofensiva americana contra os povos árabes.

A Disney mais uma vez saiu da festa com sorriso amarelo perdendo o prêmio de Melhor Animação para uma produção oriental. Um diretor com problemas na justiça americana acabou levando o Oscar enquanto outro veterano da profissão foi novamente esnobado. E, para variar, o Brasil ficou de fora das indicações. Aliás, entre os indicados a filme estrangeiro foi sentida a ausência de Fale Com Ela, afinal Pedro Almodóvar concorreu ao prêmio de direção e ganhou pelo roteiro. Para terminar, em 2003 quem saiu da festa com menos lembrancinhas do que merecia foi As Horas e Gangues de Nova York acabou se tornando o mico da festa. 
Não deixe de assistir o vídeo especial com os vencedores do Oscar 2003. Basta clicar na imagem abaixo.

 
O Oscar acertou premiando...
ChicagoDrama? Comédia? Policial? Este filme simplesmente é um show com roteiro inteligente que sempre tem uma ponta solta para dar uma virada na trama e segurar a atenção do espectador. Ele veio para vingar Moulin Rouge que carrega a fama de ter ressuscitado os musicais, mas não levou o Oscar. Sua parte técnica caprichada foi bem laureada e Catherine Zeta-Jones levou o prêmio de atriz coadjuvante, embora seja tão protagonista quanto Renée Zellweger que mais uma vez saiu de mãos vazias.
Roman Polanski Dando o Oscar de Melhor Diretor a um homem cuja liberdade em solo americano foi proibida décadas atrás, a Academia de Cinema mostrou que tem autoridade para tomar suas decisões e que nem sempre seus prêmios são frutos de conchavos com produtoras e distribuidoras. É uma pena que ele não pôde obviamente ir receber o prêmio e ainda é uma pessoa proibida por ser acusado de ter abusado de uma menor na década de 1970, embora a própria o tenha perdoado.
A Viagem de ChihiroAproveitando os fracos títulos da Disney e da Dreamworks da temporada, a Academia aproveitou para reconhecer o talento do veterano diretor de animações Hayao Miyazaki com seu fantástico A Viagem de Chihiro e enfrentou a poderosa campanha de marketing a favor de A Era do Gelo. O prêmio vale como uma lembrança pelo conjunto de sua obra criada entre as décadas de 1980 e 1990 cuja maioria dos trabalhos continua inédita em diversos países.
Merecia ter ganhado...
Rob Marshall ou Martin ScorseseUm dirigiu um musical passado na nostálgica década de 1920 e o outro um épico forte e tingido por sangue. Um fazia sua estréia entre os indicados enquanto o outro amargava sua quarta derrota no Oscar como diretor. A sensação ora de espetáculo e ora de teatro que Marshall conseguiu em Chicago é única e ele conseguiu melhorar ainda mais o roteiro da peça na qual se baseou. Já Scorsese é o responsável por verdadeiros clássicos modernos e chegou à festa com pinta de campeão.  Sua vitória poderia ser a redenção da Academia com o cineasta, já que por várias vezes ele era merecedor da estatueta.
Renée Zellweger ou Julianne Moore Mais uma vez tentando corrigir erros do passado a Academia deixou quem merecia o Oscar de mãos vazias. Se esforçando para cantar, dançar e não deixar que sua companheira de cena a encobrisse, Renée saiu da festa pelo segundo ano consecutivo de mão vazias. Já Julianne em 2003 concorria como atriz e atriz coadjuvante, respectivamente por Longe do Paraíso e As Horas. Por este último, Nicole Kidman ganhou finalmente seu tão cobiçado prêmio por uma atuação correta, mas que certamente não lhe exigiu o mesmo preparo físico e emocional que Moulin Rouge no ano anterior.
O Senhor dos Anéis – As Duas TorresMerecedor de todos os prêmios técnicos disponíveis, a obra acabou ganhando só dois prêmios por sua edição de som e efeitos especiais. Chicago foi sua pedra no meio do caminho, mas até aí tudo justificável. O que não dá para engolir é a ausência de Frodo e companhia na categoria de maquiagem, sendo laureado Frida, cinebiografia cujos personagens receberam apliques de cabelos e barbas e a personagem título bigodinhos e uma sobrancelha bem maior que o natural de uma mulher, nada de mais.
Estava perdido na festa...
Gangues de Nova YorkMuito bem avaliado pela crítica e onipresente na maioria das premiações, o longa chegou a festa com dez indicações, mas perdeu absolutamente todas deixando o diretor Scorsese com cara de decepção. Ao menos uma estatueta de parte técnica poderia ter sido cedida como prêmio de consolação.
Michael CaineUm dos atores veteranos mais atuantes da história do cinema mesmo estando com idade avançada ainda consegue bons papéis e se sobressair. Como o cavaleiro solitário entre os atores principais daquele ano, ele foi à festa por gostar ou para honrar sua indicação, mas suas chances de sair vitorioso eram mínimas, até porque em 2000 ele já havia conquistado seu segundo Oscar.
Diane LaneInterpretando uma mulher que está vivendo um casamento sem graça e que redescobre a paixão com um rapaz bem mais jovem, uma trama bem ao estilo de filmes reprisado a exaustão nas madrugadas pela TV, a indicação de Diane soou como um apelo de anunciantes ou produtores. Sua atuação é correta, mas anos-luz do que é necessário para se tornar algo digno de premiação ou de lembrança.
O Oscar esnobou...
Leonardo DiCaprio e Cameron DiazA dupla protagonista de Gangues de Nova York sequer foi indicada ao prêmio. DiCaprio ainda vivia sob o estigma do rostinho bonito que também o limou da lista de indicações na época de Titanic, mas apresentou pelas mãos de Scorsese um trabalho maduro e seguro, assim como também teve elogiada sua atuação em Prenda-me se For Capaz guiado por Steven Spielberg que poderia render indicação ao astro no mesmo ano. Já Cameron é querida em Hollywood e esforçada, alternando projetos alternativos com filmes-pipoca. Quando a academia tem a chance de lhe fazer um agrado por causa de um trabalho decente esnobam.
Richard GereHollywood deve muito de sua fortuna ao talento e carisma deste homem que nunca conseguiu uma indicação ao Oscar, um fato inexplicável. Tudo bem que na maioria das vezes ele faz o papel de galã nos filmes, mas em Chicago ele desfila seu charme não para conseguir conquistar mulheres e sim dinheiro. Cantando e dançando, sua indicação era merecida, mas a Academia a negou. E pensar que sua parceira em Infidelidade Diane Lane conseguiu uma poltrona na festa e com direito a câmera para filmá-la em close e tudo mais.
Peter Jackson Se no segundo capítulo da saga dos elfos, hobbits e companhia o diretor usou praticamente todos os elementos do primeiro filme, não há muito a lógica em deixar Jackson fora da lista de indicados. Coisas inexplicáveis que os votantes da Academia conseguem fazer.
Dennis Quaid – Quando um filme tem potencial é comum que os votantes fiquem atentos aos detalhes dos mesmos e reconheçam no elenco talentos até então menosprezados, mas nem sempre é assim. Em Longe do Paraíso, Quaid interpreta um homem que vive na década de 1950 e é muito bem casado com uma mulher, mas acaba descobrindo também que sente atrações por homens. Sua interpretação muito elogiada nem de longe lembra seus papéis em comédias para alegrar a criançada, mas os votantes não se convenceram de seu talento infelizmente.
Cidade de Deus – Atraindo milhões de pessoas no Brasil e colhendo elogios da crítica tanto nacional quanto internacional, o povo brasileiro finalmente teria um motivo para ficar até tarde acordado para acompanhar o Oscar, mas novamente não foi desta vez. Candidato a uma das cinco vagas ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, chegamos até última fase da pré-seleção, porém, nem a indicação se concretizou.  Vale lembrar que os votantes desta categoria formam um grupo especial e de mais idade, o que denúncia que filmes que retratam a atualidade de forma nua e crua dificilmente tem chances de entrar na disputa. Em geral a preferência é por dramas, histórias edificantes e épicos.

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